Tudo o que você precisa saber sobre esse assunto
Nos últimos estão cada vez mais comuns estudos científicos comprovando a eficiência do uso de remédios produzidos a partir da Cannabis. As pesquisas apontam que as substâncias extraídas da Cannabis, especialmente o canabidiol (CBD) e o tetra-hidrocanabinol (THC), podem ser usadas para fins terapêuticos e medicinais. Os usos mais comuns são em tratamentos de pacientes com epilepsia, câncer e outras enfermidades graves. Leia mais sobre os remédios à base de maconha neste texto.
O uso geralmente se dá por meio de vaporização da planta, por via oral (na forma de pílulas) ou oro-mucosa (absorção pela mucosa oral). Na maioria dos casos, os pacientes com prescrição do uso de substâncias à base da Cannabis utilizam um óleo que contém quantidades variadas de CBD e THC, dependendo da gravidade da doença e dos sintomas. Esse óleo é extraído da planta por meio de um processo de evaporação com etanol. O óleo normalmente é administrado em gotas sob a língua.
Os óleos têm concentrações diferentes de THC e de CBD, por isso é importante a prescrição médica, já que cada paciente precisa de uma quantidade diferente de acordo com sua patologia. O CBD causa um relaxamento do corpo e acalma, além de não apresentar efeitos colaterais, no máximo, um pouco de sono e leve queda de pressão. Já o THC é indicado para o tratamento de dores crônicas fortes, depressão e anorexia, pois aumenta o apetite.
Em 2014 a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a importação de remédios com canabidiol, mas esse processo tem um custo alto, o que tornava a medicação inviável para muitas famílias brasileiras. Isso mudou em dezembro de 2019, quando a entidade regulamentou a pesquisa, produção e venda de remédios no país por parte da indústria farmacêutica. Isso significa que medicamentos com componentes extraídos da maconha poderão ser prescritos por médicos e comprados por pacientes em farmácias aqui no Brasil, sem precisarem importar. Ainda existe um problema nisso, as plantas precisam ser trazidas do exterior, o que faz com que o custo ainda seja alto para os pacientes.
Atualmente, no Brasil, existe apenas um remédio à base de maconha autorizado para comercialização. O Mevatyl, um spray bucal, que também leva o THC e é indicado para o tratamento de espasmos musculares decorrentes da esclerose múltipla. A expectativa é que, em breve, outros medicamentos produzidos a partir da Cannabis sejam aprovados e comercializados no Brasil.
A medida visa facilitar o acesso dos pacientes, afinal atualmente o processo de autorização é muito burocrático e, consequentemente, complicado. A regulamentação, no entanto, não altera o modo de prescrição dos médicos. A principal motivação para a aprovação de remédios à base de maconha são as pesquisas que apontam para bons resultados no tratamento de algumas doenças. O texto da resolução determina que os remédios podem ter forma de comprimidos, líquidos ou soluções oleosas, seja para ser uso oral e nasal.
Com relação à nomenclatura, segundo a decisão, os remédios devem ser chamados de “produtos à base de cannabis”, uma categoria especial e não estão inclusos, por enquanto, na categoria de medicamentos. A Anvisa argumenta que essa decisão se justifica por falta de “segurança científica”: empresas ainda precisam testar a substância em mais estudos que comprovem sua eficácia e segurança.
Em outros países são comercializados outros produtos com canabidiol, indicados, além do tratamento da epilepsia, para doença de Parkinson ou Alzheimer, e analgésicos para doentes oncológicos terminais.
A expectativa, com a recente autorização da Anvisa e pesquisas cada vez mais recorrentes, é que as melhorias sejam imediatas para novos pacientes novos ou os que já utilizam CBD ou THC importados no Brasil. A redução da burocracia facilita o acesso e diminui os custos para adquirir os medicamentos. Embora a liberação do plantio ainda seja proibida no Brasil espera-se que, com o passar do tempo, e a solidificação da concorrência, os preços caiam ainda mais.
As substâncias da Cannabis mais comumente prescritas são:
- Canabidiol (CBD)
- Naxibimols (extrato vegetal com THC e CBD)
- Dronabinol (THC sintético)
- Nabilona (molécula sintética semelhante à do THC)
A nabilona e o dronabinol normalmente são utilizados para reduzir náuseas, provocadas pela quimioterapia no tratamento do câncer. O dronabinol também pode é indicado para aumentar o apetite em pacientes soropositivos.
Para quais doenças os remédios à base da maconha têm sido utilizados?
- Esclerose múltipla, tratando espasmos musculares, funcionamento irregular dos intestinos e da bexiga;
- Glaucoma, já que o tratamento à base de substâncias presentes na cannabis reduz a pressão intraocular;
- Convulsões, especialmente em portadores de epilepsia refratária, além de reduzir o número de crises em doenças raras, como a chamada síndrome CDKL5;
- Dores fortes, atuando no sistema nervoso central, as substâncias da Cannabis apresentam melhora em casos de dor neuropática, não aliviadas com analgésicos tradicionais;
- Câncer, reduzindo os enjoos e náuseas causados pela quimioterapia.
Além disso, pesquisadores estão estudando o uso dos remédios à base de Cannabis no tratamento de doenças como Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), doença de Crohn, insônia, síndrome de Tourette, Alzheimer, enxaqueca, artrite e fibromialgia.
Se quiser ler mais sobre os benefícios da maconha clique aqui.