Há alguns anos já a maconha vem demonstrando bastante eficácia no tratamento de diversas doenças e com o aumento dos estudos na área da cannabis associada a outros tratamentos, as possibilidades de pacientes que podem ser beneficiados também são muito maiores. Algumas doenças já têm o tratamento com Cannabis associado aos tratamentos tradicionais e tem trazido mais qualidade de vida às pessoas. Uma dessas doenças é o autismo, muitas mães já se beneficiam da maconha para o tratamento dos filhos e os resultados são muito positivos. Neste texto, vamos falar sobre o uso dos medicamentos à base de maconha para o autismo e os sintomas associados à doença.

O autismo

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), mais comumente conhecido como autismo, é o nome que se dá a uma forma de neurodesenvolvimento atípico, caracterizado pela manifestação precoce de dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos. Trata-se de um transtorno que não tem cura, mas que a hiperestimulação (comportamental e educacional) pode alterar o prognóstico, melhorando a funcionalidade e qualidade de vida do paciente. A forma e gravidade de sua apresentação e sintomas são variáveis em cada pessoa.

O uso da Cannabis do tratamento do autismo

Há alguns anos pacientes com autismo vem se beneficiando de medicamento produzidos com as principais substâncias presentes na maconha, canabidiol (CBD) e tetra-hidrocanabinol (THC). Vêm se acumulando, então, ao redor do mundo muitos relatos de melhora na qualidade de vida em pacientes com TEA após iniciar tratamento com cannabis.

O uso do canabidiol também é cada vez mais frequente no tratamento de pessoas com epilepsia, um dos sintomas do autismo. O tratamento tem sido bastante positivo especialmente para as crianças. Estima-se que até 30% das pessoas com autismo tenham epilepsia, por isso a importância desses resultados. Além disso, muitos relatos demonstram a eficiência do uso de cannabis medicinal na diminuição da ansiedade, irritabilidade, insônia e agressividade das crianças.

O estudo “Experiência da vida real no tratamento do autismo com cannabis medicinal: análise da segurança e eficácia”, divulgado na Nature, importante revista da área científica, apresentou estes resultados positivos. No estudo foram coletados e analisados dados de 188 pacientes com TEA tratados com cannabis. O grupo tinha média de idade de 12,9 anos e alguns pacientes apresentavam comorbidades associadas, como epilepsia e TDAH. Na maioria dos pacientes o tratamento foi baseado no uso de óleo de cannabis contendo 30% de CBD e 1,5% de THC.

Concluiu-se que, depois de seis meses de tratamento, 30,1% dos pacientes relataram melhora significativa dos sintomas; 53,7% relataram resposta moderada; 6,4% relataram melhora discreta; e 8,6% não relataram melhora alguma. Ademais, melhora ou desaparecimento de sintomas como inquietação, ataques de raiva, agitação, problemas do sono, ansiedade, constipação e problemas na digestão foram relatados em 75% dos pacientes ou mais.

Outros estudos

Em um estudo, 53 pessoas, com idades entre 4 e 22 anos, receberam canabidiol durante 60 dias. Os ataques de automutilação e raiva melhoraram em 67,6% e pioraram em 8,8%. Os sintomas de hiperatividade melhoraram em 68,4%, não mudaram em 28,9% e pioraram em 2,6%. Os sintomas de problemas de sono melhoraram em 71,4% e pioraram em 4,7%. A ansiedade melhorou em 47,1% e piorou em 23,5%.

Outra pesquisa analisou os efeitos do óleo produzido a partir da cannabis sativa enriquecido com canabidiol puro nos sintomas Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Quinze pacientes autistas realizaram o tratamento, sendo 10 não epiléticos e 5 epiléticos. Até o nono mês de tratamento, a maioria dos pacientes, dos dois grupos, apresentou algum nível de melhora nos sintomas. As melhorias mais significativas foram relatadas para convulsões, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), distúrbios do sono e déficits de comunicação e interação social.

Um outro estudo analisou como o canabidiol poderia mudar a atividade cerebral de uma pessoa. Dezessete pacientes com TEA e outros dezessete sem TEA consumiram CDB e foram submetidos a uma ressonância magnética. Os exames mostraram que o CBD aumentou significativamente a atividade em alguns locais específicos do cérebro dos pacientes com o TEA, mas não provocou alterações relevantes nas pessoas sem TEA. A conclusão que se pode tirar é de que o CBD tem a capacidade de proporcionar a atividade cerebral em regiões comprometidas.

Os estudos já realizados mostram evidências animadoras, mas os cientistas ainda precisam percorrer um caminho maior até se desenvolver um remédio seguro.

Para acessar o texto sobre o tratamento da ansiedade com cannabis, da série ‘Cannabis e os benefícios medicinais’, clique aqui. Nele, você poderá entender um pouco mais sobre como a maconha pode proporcionar mais qualidade de vida aos pacientes.

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